segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sentindo a dor do próximo I

Uma coisa que eu sempre falei é que só conhece a dor do outro aquele que já passou por uma dor semelhante. Quer dizer só sabe o que é sentir fome, quem já sentiu; Só sabe a dor de ter perdido um amigo ou ente querido, quem já perdeu; só sabe a dor da traição, quem já foi traído.

Há algum tempo estou mais sensível às dores dos outros. Eu sempre me preocupei muito com o próximo, muito mesmo! Mas a questão de sentir a dor é diferente... Por exemplo, eu não sou mãe, então não posso falar sobre as dores de parto, certo?! Eu posso ‘conjecturar’ sobre, mas nunca senti na totalidade, então não posso me comparar a quem já sentiu.

Mas hoje eu vivi duas situações que me fizeram chorar. E, em ambas, eu me senti tão impotente. Tão dependente de Deus! Sabe quando você gostaria de ajudar, mas sabe que não tem muito o que fazer? No sentido prático da coisa, claro! Afinal, a oração é uma arma eficaz e eu sempre lanço mão dela, antes, até mesmo, das coisas práticas. Mas, diante daqueles dois fatos, eu chorei. Mesmo fazendo o que era possível, me senti desamparada e despreparada.

O primeiro foi com uma vizinha. Ela estudou muito e com bastante dificuldade e, desde que terminou a faculdade não conseguiu um trabalho na sua área de atuação. Ela é Analista Ambiental. E eu, como tenho algumas amigas nessa área (Meio Ambiente), pedi ajuda a uma delas, que me disse pra encaminhar o currículo dessa minha vizinha e também amiga, para o caso de a empresa onde ela trabalha precisar de alguém no futuro.

Como sei que minha vizinha conseguiu um emprego de operadora de telemarketing e sai de casa todos os dias as 6h30 da manhã, esperei por ela no meu portão pra pedir seu currículo. Quando falei da possibilidade futura de um emprego na sua área, ela ficou muito emocionada, chorou e disse que nem tem mais esperanças. Que está vivendo a vida sem muitas expectativas. Fiquei muito chocada! Como pode uma pessoa de 28 anos não ter mais sonhos e expectativas?

Falei que é preciso continuar e, mesmo diante das adversidades, não desistir. É difícil, mas necessário. Ela foi trabalhar e eu entrei chorando (mesmo) e pedindo ao Senhor que consolasse o coração daquela moça tão especial pra mim e muito mais pra Ele. Eu posso falar com ‘propriedade de causa’ sobre esta situação, afinal já passei (e ainda estou passando) por isso. Também estudei e sei o que é querer trabalhar na área que escolhi e não estar lá. Mas, entendo que é um tempo de Deus e não perco a esperança... E foi isso que tentei passar pra ela.
(Leia o próximo post, pois será um complemento deste.)

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